A maré


Carol Canabarro

Seus olhos de lua cheia
Dum azul prateado
Arrastam minha pele para sua
Feito maré alta

Nos seus braços deságuo
Inundo de encontro o desencontrado destino
Em beijos afogamos medos

Submersos da presença do passado
Empurramos o futuro pra depois
E na imaginação
Vivemos uma vida roubada

Ondas violentas derrubam
Nossas mal construídas fortalezas
Nossos corpos incendeiam tsunamis

Asfixiados pela força, nos afastamos
Ilhados, ocultamos o óbvio
Como deter o que amar é?

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Carol Canabarro

E-mail: carolinecanabarro@gmail.com

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