Carol Canabarro
Último resquício de uma existência, ossos dialogam com historiadores, paleontólogos, arqueólogos e outros tipos de curiosos.
Um arranhão, um formato inusitado ou um sulco rasgado pelo pulsar das veias podem informar sobre quem, quando, onde e como viveu (ou morreu) aquele indivíduo. Jamais quem amou, perdoou ou esqueceu. Revela, de dentro, para fora sua verdade possível.
Às perguntas certas sempre responde, negando-se a dar mais do que o interlocutor é capaz de receber. Quando vivo sustenta o corpo, na morte perpetua o verbo.
Taciturno, decompõe-se arrastado.
Provavelmente pelo excesso de palavras não ditas em vida.