Carol Canabarro
Vivi venta. Leonina com ascendente em tempestade, a depender do que vai no coração de quem vem, ela pode ser brisa refrescante em dias suados ou tornado que arranca raízes e redesenha a terra. Suas palavras criam ondas e, dos lábios, seu sopro apaga ou inflama labaredas. De um jeito ou de outro, nada permanece igual depois de sua passagem.
Provoca e apazigua tempestades, dispara raios que assusta dormentes e ilumina descendentes. Quando caminhamos com ela, sua força nos impulsiona. Mas não experimente ir contra seus princípios. Eles são calcados na justiça e no amor e, para defendê-los, Vivi vive.
Basta mostrar um padrão limitante para ela que, prontamente, esgaça fronteiras. Filósofa da vida real. Preta, mãe solteira, lésbica. Seu corpo carrega a potência da subversão. Quem mais poderia decidir o que é belo, se não ela própria?
Rainha de reino surrupiado ao longo da História, (sobre)vivi e não se rende. De espada em punho, esbraveja: Fogo nos racistas. Não espera que devolvam o que lhe pertence, com suas garras, ela mesma vai pegar.
E todo dia, Vivi avança, elevando outras consigo. Generosa feito pôr do sol.
Seu abraço abre aço e desfaz nossas gaiolas.
Vento não se prende. Vivi Soares venta.